top of page

Tratamento da DMRI seca

Tratamento da DMRI seca

Tratamento da Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) Seca: o que você precisa saber


Entendendo a DMRI seca

A Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) é uma doença progressiva que afeta a mácula — região central da retina responsável pela visão nítida e detalhada. Na forma seca, que representa cerca de 85% dos casos, há um desgaste lento das células da retina, resultando em dificuldade para ler, reconhecer rostos e realizar atividades que exigem visão central.

Embora seja mais comum após os 70 anos, a DMRI pode surgir a partir dos 50, especialmente na presença de drusas, que são depósitos amarelados sob a retina, visíveis em exames oftalmológicos.


Por que a DMRI seca sempre foi um desafio?

Ao contrário da forma exsudativa (úmida), que pode ser tratada com injeções intravítreas de antiangiogênicos, a DMRI seca historicamente não possuía terapias eficazes. Durante décadas, o acompanhamento clínico e a suplementação vitamínica eram as únicas alternativas, com resultados limitados.


Fotobiomodulação: uma nova abordagem terapêutica

O cenário mudou com a chegada da fotobiomodulação com o aparelho Valeda, o primeiro tratamento não invasivo aprovado no Brasil para a DMRI seca.


O que é fotobiomodulação?

É uma terapia baseada na aplicação de luz de baixa intensidade, em comprimentos de onda específicos (âmbar, vermelho e infravermelho), que estimula o metabolismo celular. Essa luz penetra nas células da retina e age principalmente nas mitocôndrias — estruturas responsáveis pela produção de energia — promovendo maior vitalidade e função das células ainda preservadas.


Como funciona o tratamento com o Valeda?

O paciente posiciona o rosto em um equipamento semelhante ao usado em exames oftalmológicos. Não é necessário dilatar a pupila. O protocolo de cada sessão inclui:

  • Fase 1: 35 segundos com os olhos abertos (luz amarelada)

  • Fase 2: 90 segundos com os olhos fechados (luz avermelhada)

  • Fase 3: 35 segundos com os olhos abertos (luz amarelada)

  • Fase 4: 90 segundos com os olhos fechados (luz avermelhada)

Se ambos os olhos forem tratados, o protocolo é repetido para cada um separadamente.


Quantas sessões são necessárias?

O protocolo padrão inclui 9 sessões em cerca de 3 semanas, geralmente realizadas em dias alternados (por exemplo, segundas, quartas e sextas).


Quais os benefícios observados?

Segundo o estudo internacional LIGHTSITE III, a fotobiomodulação pode:

  • Melhorar a acuidade visual em muitos pacientes

  • Estabilizar a progressão da doença em outros casos

  • Reduzir o risco de evolução para a forma úmida da DMRI

É importante destacar que os resultados variam de pessoa para pessoa. Alguns pacientes relatam melhora significativa da visão, enquanto outros mantêm a estabilidade — o que já é um avanço em uma doença que tende a piorar com o tempo.


O tratamento pode ser repetido?

Sim. A fotobiomodulação pode ser reaplicada a cada 4 a 6 meses, conforme avaliação do oftalmologista. Estudos demonstram que ciclos regulares do tratamento ao longo de 2 anos ajudam a preservar a função visual em uma parcela significativa dos pacientes.


Vantagens do tratamento com Valeda

  • Não invasivo

  • Indolor

  • Sem necessidade de repouso ou cuidados especiais pós-sessão

  • Sem risco de infecção intraocular, ao contrário de tratamentos injetáveis


Quem pode se beneficiar?

Pacientes com diagnóstico confirmado de DMRI seca, especialmente aqueles com queixas de visão central e presença de drusas nas camadas externas da retina. A indicação deve sempre ser feita por um oftalmologista após avaliação clínica e exames como a tomografia de coerência óptica (OCT).


Conclusão: esperança para quem convive com a DMRI seca

A fotobiomodulação representa uma evolução significativa no tratamento da degeneração macular seca. Ainda que não seja uma cura, o Valeda oferece segurança, conforto e a possibilidade real de preservar a visão por mais tempo — e, em muitos casos, até melhorá-la.

Se você ou alguém próximo convive com essa condição, converse com seu oftalmologista. O diagnóstico precoce e o acompanhamento especializado são essenciais para garantir os melhores resultados possíveis.


Autor:

Dr. Mário César Bulla

Cremers 28.120

Médico Oftalmologista - Cirurgião de Retina

  • Instagram
  • YouTube
  • TikTok
  • Facebook

©2025 por Dr. Mário Bulla - Cremers 28.120 - Especialista em Retina.

bottom of page