Membrana Epirretiniana

Membrana Epirretiniana (MER), também conhecida como maculopatia em celofane ou pucker macular, é uma membrana fibrocelular semitranslúcida avascular (com poucos ou nenhum vaso sanguíneo) que se forma na superfície interna da retina. Geralmente causa sintomas mínimos e pode ser simplesmente observada, mas, em alguns casos, pode resultar em perda indolor da visão e metamorfopsia (distorção visual).Geralmente, as MERs são mais sintomáticas quando afetam a mácula, que é a porção central da retina que nos ajuda a distinguir detalhes finos usados para ler e reconhecer rostos.
Sintomas
A maioria dos pacientes com MER não apresenta sintomas; MERs são encontradas ocasionalmente no exame de fundo de olho ou exames como a tomografia de coerência óptica (OCT). Em tais casos, os pacientes geralmente têm visão normal ou quase normal.
Entretanto, as MERs podem progredir lentamente, levando a uma distorção visual vaga que pode ser percebida melhor ao fechar o olho não afetado ou menos afetado. Os pacientes podem notar a metamorfopsia, um sintoma que causa distorção visual em formas que são normalmente retas, como as persianas ou a moldura da porta, parecendo "onduladas" ou "tortas", especialmente quando comparadas ao outro olho. Em casos avançados, isso pode levar à diminuição da visão.
Menos comumente, as MERs também podem estar associadas à visão dupla, sensibilidade à luz ou imagens parecendo maiores ou menores do que elas realmente são.
Causas
A causa das MERs é um defeito na camada superficial da retina, onde um tipo de célula, chamado de células gliais, pode migrar e começar a crescer em uma folha membranosa na superfície da retina. Esta membrana pode aparecer como celofane e, ao longo do tempo, pode contrair e causar tração (ou puxar) e franzimento da retina, levando à diminuição da visão e metamorfopsia.
A causa mais comum de pucker macular é uma condição relacionada à idade chamada descolamento do vítreo posterior (DVP), onde o gel vítreo que enche o olho se separa da retina, causando micro-rasgos e sintomas de moscas volantes e flashes.
Se não houver uma causa específica além do DVP, a MER é chamada de idiopática (de origem desconhecida).
As MERs podem estar associadas a várias condições oculares, como rupturas ou descolamentos anteriores da retina, doenças vasculares da retina, como retinopatia diabética ou doença oclusiva venosa; elas também podem ser pós-traumáticas, ocorrer após cirurgia ocular ou estar associadas à inflamação intraocular.
Fatores de Risco
O risco de desenvolver uma MER aumenta com a idade, e pessoas com condições oculares predisponentes podem desenvolver MER em idade mais precoce.A associação mais comum, no entanto, é o DVP. Estudos mostraram que 2% dos pacientes com mais de 50 anos e 20% com mais de 75 anos têm evidências de MER, embora a maioria não precise de tratamento.Ambos os sexos são igualmente afetados. Em cerca de 10% a 20% dos casos, ambos os olhos têm ERMs, mas podem ter vários graus de gravidade.
Diagnóstico
A maioria dos casos de MER pode ser diagnosticada por um oftalmologista durante um exame clínico de rotina.A tomografia de coerência óptica (OCT) é um importante método de imagem usado para avaliar a gravidade da MER.Às vezes, testes adicionais, como a angiografia com fluoresceína, são usados para determinar se outros problemas retinais subjacentes causaram a MER.
Tratamento e Prognóstico
Como a maioria das MERs é razoavelmente estável após um período inicial de crescimento, elas podem ser apenas monitoradas, desde que não afetem significativamente a visão.No entanto, se um exame mostrar progressão e/ou piora funcional da visão, a intervenção cirúrgica pode ser recomendada.
Não há colírios, medicamentos ou suplementos nutricionais para tratar MERs.Um procedimento cirúrgico chamado vitrectomia é a única opção em olhos que requerem tratamento.
Com a vitrectomia, pequenas incisões são colocadas na parte branca do olho, e o gel vítreo que preenche o interior do olho é substituído por solução salina. Isso permite o acesso à superfície da retina, onde a MER pode ser removida com uma pinça delicada, permitindo assim que a mácula relaxe e fique menos enrugada.
O risco de complicações com a vitrectomia é pequeno, com cerca de 1 em 100 pacientes desenvolvendo descolamento de retina e 1 em 2000 desenvolvendo infecção após a cirurgia.Os pacientes que ainda têm seu cristalino natural provavelmente desenvolverão catarata após a cirurgia.
Fatores que afetam o resultado visual incluem:
Período de tempo em que a MER esteve presente
O grau de tração
A causa da MER (MERs idiopáticos têm um prognóstico melhor do que os olhos com descolamento de retina anterior ou doenças vasculares da retina)
A cirurgia para MER tem uma boa taxa de sucesso, e a maioria dos pacientes apresenta melhora da acuidade visual e diminuição da metamorfopsia após vitrectomia.
Dr. Mário César Bulla
Médico Oftalmolgista - Cirurgião de Retina
Cremers 28120