DMRI (Degeneração Macular Relacionada À Idade)

A DMRI (Degeneração Macular Relacionada à Idade) é uma doença relacionada ao envelhecimento que afeta a mácula, área central da retina que é a responsável pela visão nítida. É a mácula que nos permite reconhecer pessoas, ler e ver televisão, por exemplo.
Com o passar dos anos, esta parte da retina é afetada por dano acumulativo que leva a alterações de estrutura e função, prejudicando a visão.
Nos dias atuais, a DMRI é a principal causa de cegueira irreversível em pessoas acima dos 60 anos de idade e chega a atingir, em maior ou menor grau, mais de 25% das pessoas com mais de 75 anos.
Existem duas formas de DMRI:
Forma seca
Forma exsudativa
A forma seca caracteriza-se pela perda gradual de células na mácula, representa 90% dos pacientes com a doença e leva a uma alteração lenta e progressiva da visão. Esta forma da doença, por ser mais lenta, em muitos casos não leva à perda severa da visão.
A forma exsudativa é ocasionada quando, no curso da doença, surgem vasos anormais sob a retina, constituindo a membrana neovascular sub-retiniana. Estes chamados neovasos apresentam uma evolução bastante rápida e causam extravasamento de líquido embaixo da retina. Esta forma atinge apenas 10% dos pacientes com DMRI, mas é responsável por uma perda bastante acentuada da visão.
Quais são os sintomas da DMRI?
Na forma seca, existe uma piora lenta e progressiva da visão central, sendo que o paciente vai apresentando dificuldade gradual para atividades como a leitura.
A forma exsudativa pode manifestar-se inicialmente como uma distorção da imagem, chamada de metamorfopsia (uma linha reta é vista como torta ou ondulada pelo paciente). Outra forma de apresentação é o borramento da visão ou a presença de uma mancha escura no centro da visão. Tais alterações podem ser percebidas de um dia para o outro e a visão vai piorando progressivamente.
Apesar desta doença causar uma deficiência muito importante da visão, não costuma causar cegueira total, pois a visão periférica permanece preservada mesmo nos casos mais severos.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da DMRI pode ser realizado através de vários exames, como o fundo de olho, mapeamento de retina, angiografia fluoresceínica, angiografia com indocianina verde e a tomografia de coerência óptica (OCT), este último sendo fundamental no acompanhamento da evolução do quadro.
Tratamento
A forma seca necessita acompanhamento oftalmológico frequente e atenção do paciente para alterações da visão, que podem acusar a transformação da forma seca para a forma exsudativa. Pacientes com a forma seca podem se beneficiar do uso de vitaminas específicas, que atrasam a evolução da doença.
A forma exsudativa necessita tratamento o mais rápido possível, pois, em casos mais avançados, a perda de visão não pode ser revertida. Ao longo do tempo, a DMRI exsudativa teve várias formas de tratamento, dentre elas a aplicação de laser, cirurgia para remoção da membrana neovascular e terapia fotodinâmica — todas estas apresentavam pouco benefício para o paciente.
A revolução no tratamento surgiu há pouco mais de uma década e consiste na realização de injeções intravítreas (intraoculares) de medicações chamadas antiangiogênicos. Este tratamento leva à regressão dos neovasos e permite estabilização do quadro, além de melhora da visão em boa parte dos casos. As medicações mais comumente utilizadas são: Eylia (Aflibercept), Lucentis (Ranibizumab) e Avastin (Bevacizumab). Geralmente, são necessárias várias aplicações, sendo feita uma por mês. (Clique neste parágrafo para algumas informações sobre tratamento).
Dr. Mário César Bulla
Médico Oftalmolgista - Cirurgião de Retina
Cremers 28120